Blog

04 julho de 2016

Seja para criar um projeto de design de interiores ou mesmo para inspirar mudanças no nosso próprio ambiente, estamos sempre procurando referências e tendências com o que há de mais legal para dar um F5 na decoração.

Passeando pela Design Weekend, conferindo boards no Pinterest, buscando no FFFOUND, em blogs especializados – e como tudo é possível – com um bom olhar no Google Imagens, separamos nossas apostas (e nomenclaturas!) para os estilos de decoração que serão trends em 2016.

Mas essa lista de 6 estilos não vem sozinha: separamos imagens de referência, texturas, produtos e dicas de lifestyle. Afinal, decoração não muda só os ambientes, mas também a nossa personalidade e a relação com os espaços. A leitura é garantia de ideias frescas ;)

Confira:

Serendipity
Em português, serendipidade significa “descobertas feitas por acaso” ou “uma das muitas técnicas de desenvolvimento do potencial criativo que alia perseverança, inteligência e senso de observação” (via Dicionário Informal). Em decoração, nos referimos a serendipity como essa tendência minimal e delicada, que resgata alguns elementos provençais – como a porcelana branca, cerâmica e flores à mesa – e os atualiza com acabamentos crus e reaproveitamento de materiais, sem exageros.

Os espaços são claros, amplos e têm uma paleta de cores suave. Nem mesmo os tons pastel são utilizados em excesso. Os pontos de cor são planejados e neutralizados com madeira natural e por que não? Painéis de compensado. Os pequenos jardins também encantam com suculentas e cactos, que são fáceis de cuidar.

Serendipity também é sobre saber investir nos detalhes certos: os tecidos são confortáveis e os objetos são a mescla entre funcionalidade e charme: boleiras, cestas e bandejas não soam como supérfluas.

O estilo de vida é simples. Os problemas são resolvidos com menos stress e mais funcionalidade e reflexão. Há uma preocupação com maneiras mais saudáveis de comer, sustentáveis de consumir e de receber pessoas em casa. Como referência imediata, lembramos do projeto Vamos Receber e dos vasos delicados da Pomelo.

FUNdsgn
Paredes coloridas, referências pop e coragem para apostar no diferente. FUN dsgn é um estilo jovem e urbano, ideal para quem procura mostrar uma personalidade vibrante através da decoração.

Vamos das inspirações mais clássicas, como pôsteres de Roy Lichenstein a luminárias de emojis. Mas o estilo não chama a atenção só pela estética: nunca vimos tantos objetos estampados com reproduções de Frida Kahlo, quadros com mensagens políticas e o resgate de referências tropicalistas. FUN dsgn é decoração divertida, mas também pode ser carregada de engajamento e mensagens que as pessoas gostam de estar cercadas.

Associações de nichos, engradados, almofadas estampadas, móveis laqueados e objetos cheios de humor. A maioria das inspirações FUN dsgn concentram-se em um espaço de destaque, principalmente na sala de estar e/ou na cozinha.

Nada impede que você inove no quarto, lavabo ou em qualquer outro ambiente. Aqui, o importante é saber dosar para que o aspecto não fique carregado.

Investir em paletas diferentes com contrapontos em madeira e cores mais neutras é uma aposta certeira. Sabemos que combinar tons pode ser desafiador, por isso te ensinamos a usar o círculo cromático a seu favor e entender como é possível a mistura de roxo e amarelo dar certo, por exemplo.

Tricô, acrílico e acabamentos brilhantes. As texturas desse estilo são ecléticas, mas conseguem encontrar equilíbrio na madeira e em tecidos mais sóbrios.

Tem medo de arriscar demais no estilo divertido? Selecione alguns objetos e veja como aos poucos eles podem se encaixar sem ficar over. Outra dica pode ser pintar as paredes, colocar adesivos, lambe-lambes ou até mesmo se aventurar aplicando carimbos.

INC
Nos anos 50, as antigas fábricas de Nova Iorque deram lugar a apartamentos e lofts. Com essa mudança -por necessidade ou estética – surgiu o estilo industrial na decoração residencial.

Aqui, aquele aspecto de chão de fábrica ganha outro nível. Alguns elementos são mantidos ou até mesmo criados para resgatar esse aspecto mais cru. Pisos e paredes de cimento queimado, alvenaria exposta e madeira de demolição dão aquele aspecto despojado, que ao contrário do senso comum, envolve muito planejamento. Muito comum nesse estilo, a tubulação elétrica externa, por exemplo, deve ser pensada ainda na fase do projeto.

Há bastante cuidado para que esse estilo não pareça largado. A ideia do .INC é de reproduzir intencionalmente o ambiente de uma indústria, lembrar o espaço informal de um galpão, e não necessariamente denotar que não há revestimento ou qualquer tipo de acabamento.

E se você está se perguntando “mas se esse estilo vêm dos anos 50, como pode ser tendência em 2016?” Bom, o estilo industrial sempre se manteve como tendência, mas é atualizado nos detalhes: paredes lousa, resgate de embalagens vintage, bikes como meio de transporte + objeto de decoração e toda aquela estética hipster que a gente secretamente adora vem com tudo nesses ambientes.

As cores do .INC são sóbrias, mas explodem em tons e objetos específicos. Os materiais são mais crus e privilegiam tijolos expostos e cimento, mas ainda abrem espaço para revestimentos mais formais, como aqueles azulejos retangulares parecidos com os do metrô de Londres.

Para aquecer o ambiente, é sempre bom investir em tecidos confortáveis, seja no sofá, mantas, colchas e/ou tapetes. A iluminação também pode deixar esse aspecto de fábrica mais acolhedor, principalmente com acabamentos como cobre, outra tendência para sair da mesmice do prata/dourado – e que ainda mata bactérias.

Low Poly
Nós já tínhamos um palpite forte para essa tendência no post ‘Padrões geométricos: 15 imagens e dicas para você adotar o estilo em casa’, inspirados em uma estética popular no design gráfico: o Low Poly – que é basicamente a transformação de objetos e/ou fotos complexas em polígonos com paletas de cores sensacionais.

Das telas dos designers, a geometria volta a dominar os interiores: você vai encontrar papéis de parede estampados, pôsteres, padrões de azulejos triangulares, revestimentos hexagonais e até mobiliário obedecendo ao Teorema de Pitágoras.

O estilo parece ser essencialmente divertido, principalmente pelos esquemas de cores vivas aplicados com frequência. Mas os padrões geométricos podem ganhar um aspecto mais sóbrio e moderno ao apostar em tons acinzentados e materiais mais “formais”, como cimento e madeira.

A tendência é muito reforçada pela inovação nos materiais: encontramos padrões em madeira, ladrilhos que não obedecem proporções de 20×20, móveis de papelão e revestimentos em relevo.

Clássico
Não confunda: quando falamos de estilo clássico, não queremos lembrar de colunas gregas ou grandes aplicações de mármore Carrara. Nesse sentido, recomendamos a leitura (com uma pitada de humor) do artigo do arquiteto Guto Requena para a Folha de S. Paulo – ‘Como ter uma casa cafona em 5 passos’.

Gostos à parte, o clássico como tendência remete muito mais à conservação dos espaços, principalmente os de inspiração modernista. Nesse estilo, a ideia é investir (bastante) em peças icônicas e atemporais, principalmente em mobiliário: cadeiras Eames, poltronas do Sergio Rodrigues, mesas Tulipe e objetos assinados por designers marcam os ambientes, sem forçar ostentação.

Além da restrição econômica (uma banqueta do casal Eames original pode custar R$ 1.416, como preço inicial), talvez a maior marca desse estilo seja exatamente esse conhecimento de quem assina as peças, no maior jeito memético de “entendedores entenderão” – profissionais do ramo e moradores valorizarão o design e o investimento feito nos objetos.

Mas o estilo clássico não deve ser resumido no verbo “gastar”. Preservar também é palavra de ordem: restaurar tacos de madeira, reforma de móveis e projetos de retrofit buscam a permanência desse estilo.

BR
Tentar sintetizar o design de interiores contemporâneo feito no Brasil em uma única tendência é, no mínimo, um desafio. Já falamos em Brasis no plural e todo dia aparece algo novo e criativo para redefinir o que é o lar brasileiro.

Para não resumir nem subestimar a produção nacional, vamos só apontar o que vimos de mais recorrente: espaços integrados, pontos de cores fortes, madeira sólida e valorização do que é feito no país. Combinado?

Vemos lajes extensas, poucas divisórias, pilotis e princípios da arquitetura de mãos dadas com as escolhas feitas nos interiores brasileiros. Os espaços amplos recebem muita luz e são complementados com móveis robustos, plantas e objetos decorativos.

Aliás, esqueça qualquer impressão negativa sobre artesanato – as peças BR são bem acabadas e utilizam materiais bem brasileiros, como cerâmica, palha, capim-dourado e uma variedade impressionante em tecidos.

Fonte: Hometeka

Compartilhar